terça-feira, 20 de novembro de 2012


Atravessa a cidade para voltar pra aquele apartamento apertado, com metade da mobília faltando e a pintura já meio desgastada. Pensa na bagunça, na pia da cozinha cheia de louças sujas, nas sujeiras e bagunças feitas pelo cachorro a esperar. Está cansada demais, um daqueles dias infernais. O rádio do carro narra um jogo qualquer de futebol, mas o trânsito parece estar congelado. Ela espera, se irrita, cantarola uma música aleatoriamente, dirige, pega atalhos. Mas simplesmente não importa o trânsito, a bagunça do cachorro ou as roupas espalhadas pela casa. Até mesmo não importa os olhares feios e sem discrição da vizinha do andar de baixo que parece sempre esperá-la na janela. O que importa é que quando ela abrir a porta daquele apartamento não tão novo assim, ela se sentirá em casa. E ela encontrará aqueles braços calmos pra confortá-la de novo. E o cachorro bagunceiro lhe dará a melhor recepção que alguém pode receber. E ela beijará aqueles lábios e saberá que tudo sempre valeu a pena, que não há mais o que temer. 

2 comentários:

  1. Não existe sensação melhor do que saber que no fim do dia, existe um cantinho, mesmo que imperfeito, do qual nos fará sentir em casa. Um abrigo, um refúgio, é sempre bom! Adorei teu texto.

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  2. Talvez todos nós procuremos por isso. Obrigada. (:

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